A energia solar fotovoltaica consolidou-se como um dos grandes motores da transição energética, mas a sua natureza intermitente apresenta desafios.

Do sol à serenidade: o papel do armazenamento na transição energética

O armazenamento aparece como a peça que permite encaixar o puzzle. Não só oferece estabilidade ao sistema elétrico, como também traz tranquilidade aos consumidores, garantindo que a energia solar possa ser utilizada quando realmente é necessária. Em definitiva, é a ferramenta que permitirá que a fotovoltaica na Espanha não seja apenas uma fonte abundante, mas também uma fonte confiável para sustentar o futuro energético do país.

Como TSS na Bet Solar, estou há anos em contato direto com instaladores e clientes, e em 2025 estou percebendo um salto claro no armazenamento. No setor residencial, por fatores como a queda dos preços, a preocupação com possíveis cortes ou a busca por mais independência energética; e no setor industrial, pela necessidade de otimizar custos e garantir continuidade nos processos.

No primeiro semestre de 2025, o autoconsumo com armazenamento já soma 146 MWh, o que representa um crescimento muito significativo em relação a 2024, ano em que tivemos 155 MWh durante todo o período. Além disso, tudo indica que na segunda metade do ano veremos um aumento ainda maior, resultado da combinação de preços mais competitivos, da maturidade das soluções e da demanda ativa por essas tecnologias no mercado.

A nível doméstico, e considerando uma curva de consumo habitual — onde grande parte dos residentes espanhóis trabalham fora de casa —, nas horas centrais do dia a produção solar pode superar amplamente a demanda elétrica. Por isso, um sistema de armazenamento é tão fácil de assimilar, pois nos permitirá aproveitar esse excedente energético para utilizá-lo nas horas sem produção solar, quando normalmente os usuários retornam aos seus lares e os consumos são mais elevados.

No entanto, este é apenas o princípio básico de funcionamento de um sistema de armazenamento. Atualmente encontramos no mercado tecnologias muito desenvolvidas que permitem configurações com diferentes modos de operação e, graças a isso, podem adaptar-se às necessidades energéticas de qualquer tipo de projeto, adquirindo um valor determinante no setor industrial.

Os diferentes modos de funcionamento permitirão fornecer energia e solucionar problemas que grande parte das indústrias enfrentam recentemente, devido principalmente ao fato de que a rede elétrica espanhola necessita de uma adaptação às atuais necessidades energéticas existentes a nível nacional.

Apresentamos alguns exemplos básicos de casos reais onde um sistema de acumulação poderia ser implantado com sucesso:

Indústrias nas quais é necessário ampliar o termo de potência contratada, de forma constante ou pontual, mas a empresa fornecedora não tem capacidade para isso (ou, caso tenha, o cliente deve assumir o investimento com custos exorbitantes). Funcionamento Peak Shaving.

Indústrias nas quais um corte de energia implicaria perdas financeiras importantes, como por exemplo no setor de congelados. Funcionamento Backup.

Indústrias onde microcortes produzidos por tensão/frequência instável provocam a paralisação da cadeia de produção. Funcionamento Microgrid.

Nesses casos anteriormente citados, o termo amortização seria um ator secundário, colocando o foco no termo solução.

No entanto, concentremo-nos nos prazos de amortização desse tipo de projeto. O primeiro fator a considerar é a grande redução no preço dos sistemas de armazenamento observada, sobretudo no último ano e meio — em alguns casos, reduções de até 50%.

Evidentemente, quando o investimento inicial diminui, os prazos de amortização tornam-se muito mais acessíveis, fazendo com que esse tipo de projeto apresente uma rentabilidade cada vez maior.

Apresentamos alguns exemplos básicos de casos reais onde seria possível implantar um sistema de acumulação com bons prazos de amortização:

Indústrias que dispõem de uma tarifa com diferentes períodos tarifários, podendo gerir a carga/descarga no período mais vantajoso (inclusive carregando a bateria a partir da rede, sem fotovoltaica). Funcionamento TOU.

Indústrias com três turnos de trabalho e, portanto, com consumos elevados durante o período noturno. Ou indústrias com uma instalação de autoconsumo superior a 100 kW, nas quais, por motivos legislativos, é necessário operar com um sistema antivertido, desperdiçando parte da produção que poderia ser utilizada. (Durante o ano de 2024, por exemplo, a energia desperdiçada por esse motivo foi de 19%). Funcionamento Autoconsumo Máximo, melhorado graças à integração de sistemas de inteligência artificial.

Em conclusão, o armazenamento não é apenas um investimento pontual, mas uma solução com perspectiva de futuro que permite planear e garantir a viabilidade de qualquer projeto fotovoltaico. Graças à flexibilidade das tecnologias atuais, é possível adaptar os sistemas às necessidades específicas, garantindo um fornecimento estável e eficiente. Por isso, o armazenamento se consolida como um dos fatores determinantes do setor nos próximos anos, posicionando-se como peça-chave na evolução da energia solar na Espanha.

Atualmente existem soluções muito competitivas e confiáveis, capazes tanto de armazenar excedentes para reduzir a fatura quanto de fornecer respaldo diante de cortes de energia. Na Bet Solar, preocupamo-nos em conhecer todas essas opções para recomendar sempre a que melhor se ajusta a cada projeto e estar muito próximos do instalador, garantindo o sucesso.

As baterias hoje não apenas melhoram a rentabilidade, como também proporcionam segurança operacional e tranquilidade, tanto no setor residencial como no industrial. Somente com o respaldo do armazenamento a energia solar poderá consolidar-se como a base firme de um sistema energético sustentável na Espanha.